Uma primavera incomum

Com a chegada da Primavera 2015 não vieram flores, mas aumento de impostos. Não vieram brisas suaves, mas chuvas e tempestades inigualáveis. El Niño atualizando nosso jeito de encarar os novos dias primaveris. Políticos brincando com a nossa vida e jogando com a resistência para ganhar no cansaço - seja por prolongar votações até o limite da tortura ou para nos levar a desistir de qualquer resistência, c'est la vie! E aceitar qualquer barbaridade como um reflexo de nosso tempo pós-moderno.

É tanto escândalo, corrupção, maracutaia que é fácil esquecer destes rostos tão adoráveis, dos nossos representantes, que votaram a favor do aumento de impostos no Rio Grande do Sul.
Se no Brasil a Copa de 2014 e o 7x1 fizeram com que nós, brasileiros, perdessêmos o gosto pela nossa antiga paixão, o futebol, que era sagrado, que parava tudo e todos. No RS essas e outras nos fazem repensar esse orgulho todo. Orgulho do passado, porque o presente é um Cavalo de Tróia.
E o pessoal segue se distraindo em diminuir Grêmio ou Inter, porque é mais divertido apontar as fraquezas alheias do que admitir os graves problemas em comum. Quais são as nossas façanhas que ainda servem de modelo, nem digo a toda Terra, mas para alguma terra que fosse?

No mundo atentados da sexta-feira 13 de primavera mudam tudo, nos afetam, muito mais do que bandeiras nos rostos que vemos no FB. E vemos o Rio Doce amargar os dejetos da ampla venenosidade da Vale. Enquanto se discute qual problema é mais grave, qual dor dói mais vamos nos afundando na rede de ilusões que criamos, ilusão sobre nossa importância e o peso de nossa opinião, sobre o que leva uma pessoa a concordar e a discordar de nós.
Parece que nesta primavera só brotaram os espinhos.

Abraço despretencioso,

Fernanda