Em 2010 eu praticamente morava na Unipampa, ia para a Universidade nos três turnos: a noite, para frequentar as aulas da graduação e manhã e tarde para ficar na biblioteca onde eu era eternamente voluntária. Nesse período houveram as avaliações dos cursos de Administração e Gestão Pública e e era necessário um árduo e animado trabalho para carimbar e identificar livros para que os cursos ganhassem boa nota do MEC. Nossa biblioteca consistia em umas três prateleiras e um livro com temas relacionados a gestão pública eram raridade, quando aparecia algum livro de GP... que alegria! E enquanto eu carimbava e escrevia o nome da editora e o preço do livro, o Elieser, grande e querido amigo, colava as etiquetas nas aquisições do nosso humilde e modesto acervo.
Nesta época recebemos o livro: O título é: Governo, políticas públicas e elites políticas nos estados brasileiros. No qual identifiquei são algumas falhas na grafia, por exemplo, eles insistem em escrever "o estado de São Paulo", se fossem alunos do Vitor Hugo levariam zero! - Piada para Unipampeanos -
Deste livro há um artigo que aborda algo ressaltado com frequência pela mídia, a politização do povo gaúcho:
"Preferências dos eleitores e incentio dos legisladores em ambientes eleitorais diversos: o caso dos estados brasileiros" (pág. 229), fala de uma pesquisa realizada com deputados estaduais de todo país, onde os parlamentares deveriam apontar o que em seu trabalho era mais valorizado pelos eleitores e o problema prioritário para o seu eleitorado.
Destaco especialmente o texto das páginas 232-234, sobre "mercados eleitorais".
Ainda que a análise do survey tenha uma fórmula rara aos meus olhos, a conclusão é extremamente clara:
"...o Rio Grande do Sul destacou-se por apresentar a maior pressão entre todos os demais estados pelo fornecimento de bens públicos, apesar dos níveis moderados de renda daquele estado.
Este resultado é consistente com a extensa literatura que descreve a politização dos seus cidadãos, sua história de conflitos e litígios fronteiriços e sua cultura singular." (DESPOSATO, 2006: 244)
Talvez por isso sejamos, enquanto eleitores, eternos inconformados, mudando radicalmente o comando do Governo do Estado a cada quatro anos. Ninguém consegue se reeleger no Governo do RS, nem mesmo eleger um sucessor.
Com tantas possibilidades no mundo seria, no mínimo, pouco criativo persistir em um erro, é preciso coragem para mudar e os gaúchos têm esta coragem, será que agora tivemos sabedoria para escolher bem a mudança? Há mérito em mudar, mas só teremos sucesso quando mudarmos para melhor.
Abraços politizados,
Fernanda
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