O amor que dá certo não é necessariamente aquele casamento de 50 ou 60 anos. O amor bem sucedido não se conta pelo tempo que dura, embora deixe marcas pelo resto dos dias, mas pela força que teve enquanto existiu. Não se trata de banalizar o amor, pelo contrário, é uma forma de exaltar, de buscar em cada importante história que se teve, a sua força. Podemos amar uma pessoa por uma noite, por um dia, alguns meses, ou uma vida toda. A vida é breve, e tudo tem seu declínio.
Casar com quem gostamos de conversar, dividir tarefas, de compartilhar sonhos e tristezas. O casamento, que para muitos, junto com os filhos, é a materialização do amor, embora nem sempre um filho seja feito com amor, ou por causa dele, me parece ser, acima de tudo, amizade. A amizade é maior que o amor, é uma forma de amor também, mas mais duradoura. O casamento duradouro é um exemplo de amizade e não de amor.
Algumas pessoas nos marcam tanto embora passem brevemente em nossa vida, que depois de anos podemos sentir até o cheiro delas no ambiente. Um encontro que produz tanta luz que se torna eterno. Também encontramos pessoas que amamos por um tempo, mas o tempo nos faz deixar de amar. Foram fundamentais naquele período, nos tornaram alguém melhor e ali cumpriram sua missão em nossa vida. São as mãos de Deus agindo, ele age através das pessoas que coloca em nosso caminho. E assim como aprendemos amar, é fundamental aprender que é preciso deixar partir.
Existem aquelas, essas mais raras, que chegam assustando, pelo tamanho do encaixe que tem em nossos dias, e pela reciprocidade, pela generosidade e acima de tudo, pela liberdade. Quem ama liberta, não prende. Proporciona novos caminhos e não anula os existentes. Ama nossos amigos, nossa família, gosta que estejamos na companhia deles, sabe que ali é também nosso lugar, não nos anula, nos leva pra eternidade. Esse amor é o que dura, aquele que amadurece, que solidifica, que gera frutos e que lá na frente se transforma em amizade. E a amizade é a maior herança do amor.
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