Terminar.

         Mesmo quando um término é positivo ele traz alguma melancolia, uma tristeza pelo simples fato de algo não mais existir.

Quando nos formamos na escola, na 8ªsérie ou no 2º grau, por mais que você achasse chato, odiasse algumas pessoas, tenha vivido coisas traumáticas... lá, no dia da formatura você vai chorar, ainda que disfarçadamente.

           Anos depois você olha as fotos e sente tanto carinho por aquele(a) colega que te infernizava que você nem entende por que se magoavam tanto. E apesar das espinhas, do corte de cabelo e daquela roupinha esquisita, você vai se achar bem mais bonito do que se achava na época.

         Eu só fui na formatura da pré-escola, fugi de todas as outras. Sempre evitei momentos “The End”. Na 8ª série meu pai insistiu, queria me ver, eu não quis.

Lembro que quando criança até os fins de novela me deixavam com essa sensação, pensava: “eu nunca mais vou ver essa abertura, preciso prestar atenção no último capítulo”.

        Na vida nem sempre o “último capítulo” é claro. E sempre preferi assim: ir se afastando, ou sumir! Foi assim com tudo. Estava tão habituada com a ausência so meu pai que, quando ele morreu, foi como se ele tivesse ido pra mais uma viagem, só percebo mesmo que ele não volta no meu aniversário. Driblei as formaturas, dos amigos mais queridos, quando achei necessário, me afastei aos poucos, quanto aos garotos sempre achei os de mais longe mais bonitos! E aí fica fácil: você não vê a pessoa saindo com outra, a pessoa não te vê seguindo a vida, tudo acabou no “tchau”, sem dramas, sem muita dor, sem toda essa melancolia.

        E agora encaro muitos “FINS” que não posso evitar: graças a Deus o TCC vai de vento em popa e está chegando ao fim! Meu oficialmente “noivado” mas na prática “casamento” chega ao fim. E chega a hora de dizer adeus ao curso de gestão Pública, de me despedir de minha amada UNIPAMPA.

Terminar... mesmo quando você planeja isso a muito tempo, até quando você tem certeza que isso é o melhor, é triste. Mas triste pode ser feliz, só não vai ser alegre.

        De repente, minha vida tão habituada nesse sistema vai mudar de galáxia. Sei que um mundo de possibilidades se abre a cada passo e não posso deixar de me animar com isso.

Espero lidar bem com o vazio da transição e que as flores que agora piso, espalhadas pelo chão, sejam sinal de bons frutos que plantei e estão brotando.

Uma nova fase está surgindo.