Aí está algo extremamente complexo na
vida: a memória!
Se sua importância é indiscutível,
também é ponto pacífico que a memória é um fator que complica a
vida de qualquer um.
Nós não mandamos na nossa memória.
Há quem faça cursos, terapia e otras cositas más para
tentar doma-la, mas mesmo sabendo da dificuldade em lograr resultados
neste sentido, não raro, nos ofendemos com as memórias alheias.
Com as memórias e com os esquecimentos
alheios, diga-se de passagem!
Quantas brigas já houveram porque a
esposa lembra que namorou um rapaz muito antes de conhecer o atual
marido, isso não faz diferença na vida dela, mas está ali,
registrado na memória. E o marido não se conforma, acha que lembrar
significa algo, e traz mais a tona as lembranças que pensa combater.
Sem contar todas as discussões por
esquecer data de aniversário do casamento, do primeiro beijo e
tantas pequenas ou grandes coisas que atormentam nossa mente refém
de uma memória incontrolável.
Há lembranças que atormentam, outras
que confortam, e as vezes uma mesma lembrança pode trazer emoções
bem diferentes, dependendo da ocasião, (ou da época do mês, para
algumas mulheres!).
Mas independente disso, considero muito
importante um povo ter memória. Como bem disse tio Nelson, certa
vez, “meus ancestrais [...] foram bem mais que a história conta
pra nossa gente”.
Estou de férias,
na Serra Gaúcha, e – apaixonada por arte como sou – tenho
visitado muitos museus e exposições. Em especial uma visita que fiz
ao museu da FEB, em Caxias do Sul, foi tocante. Ler e assistir os
depoimentos dos nossos Pracinhas, que tanto me orgulham, e estar em
contato com o material utilizado por eles, me fez pensar que estar
ali dignifica suas batalhas com um brilho novo, não o das explosões,
nem o da neve que cobria a Itália que eles ajudaram a libertar, mas
o brilho do meu olhar, um brilho de gratidão e renovada admiração,
um brilho de orgulho por ser gaúcha e brasileira como eles, por
desejar a paz sem fugir da luta.
Fica um apelo para que os santanenses
tenham memória e reconheçam, preferencialmente em vida, as pessoas
dignas de aplausos, carinho e respeito.
Um forte abraço,
Fernanda
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