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segunda-feira, 20 de agosto de 2012

O valor da memória



               Aí está algo extremamente complexo na vida: a memória!
Se sua importância é indiscutível, também é ponto pacífico que a memória é um fator que complica a vida de qualquer um.
Nós não mandamos na nossa memória. Há quem faça cursos, terapia e otras cositas más para tentar doma-la, mas mesmo sabendo da dificuldade em lograr resultados neste sentido, não raro, nos ofendemos com as memórias alheias.
Com as memórias e com os esquecimentos alheios, diga-se de passagem!
               Quantas brigas já houveram porque a esposa lembra que namorou um rapaz muito antes de conhecer o atual marido, isso não faz diferença na vida dela, mas está ali, registrado na memória. E o marido não se conforma, acha que lembrar significa algo, e traz mais a tona as lembranças que pensa combater.
Sem contar todas as discussões por esquecer data de aniversário do casamento, do primeiro beijo e tantas pequenas ou grandes coisas que atormentam nossa mente refém de uma memória incontrolável.
               Há lembranças que atormentam, outras que confortam, e as vezes uma mesma lembrança pode trazer emoções bem diferentes, dependendo da ocasião, (ou da época do mês, para algumas mulheres!).
Mas independente disso, considero muito importante um povo ter memória. Como bem disse tio Nelson, certa vez, “meus ancestrais [...] foram bem mais que a história conta pra nossa gente”.
         Estou de férias, na Serra Gaúcha, e – apaixonada por arte como sou – tenho visitado muitos museus e exposições. Em especial uma visita que fiz ao museu da FEB, em Caxias do Sul, foi tocante. Ler e assistir os depoimentos dos nossos Pracinhas, que tanto me orgulham, e estar em contato com o material utilizado por eles, me fez pensar que estar ali dignifica suas batalhas com um brilho novo, não o das explosões, nem o da neve que cobria a Itália que eles ajudaram a libertar, mas o brilho do meu olhar, um brilho de gratidão e renovada admiração, um brilho de orgulho por ser gaúcha e brasileira como eles, por desejar a paz sem fugir da luta.
         Fica um apelo para que os santanenses tenham memória e reconheçam, preferencialmente em vida, as pessoas dignas de aplausos, carinho e respeito.

Um forte abraço,
Fernanda


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