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terça-feira, 3 de outubro de 2017

Fronteiras: reflexões e ação

Numa noite de lua crescente, um grupo de fronteiriços, por nascimento ou adoção, decidiram fazer crescer o sonho do desenvolvimento através do turismo na fronteira, embarcando em uma jornada de descoberta, reflexão e ação. Um grupo formado por membros da comunidade acadêmica da Unipampa, operadores da Ferradura dos Vinhedos, comunicação, poder público, rede hoteleira, cerca de 40 pessoas que investiram seu tempo, dinheiro e vontade para ajudar a transformar a realidade na qual estão inseridos, conhecendo outras maneiras de viver o turismo e ganhar dinheiro com isso.

Momentos do primeiro dia da capacitação em Bento Gonçalves

Participei a convite do idealizador do roteiro Ferradura dos Vinhedos, Prof. Avelar Fortunato, pelo meu trabalho como divulgadora do projeto através deste blog e como representante da Agência Fronteiras, da Adriana de Leon, em parceria com Sylvia Piñeiro. O primeiro impacto para o grupo foi a limpeza das cidades que passamos, é impecável. Os comentários é que isso faz parte da educação, está além da limpeza promovida pelo governo, mas na atitude e na conscientização da importância de cada um fazer a sua parte . Começamos o roteiro no Caminhos de Pedra pela Casa do Tomate. O lugar bem estruturado, onde é ofertada uma degustação de produtos locais, mais de 100 subprodutos da matéria prima principal, em um espaço onde é possível comprá-los. Uma dinâmica simples e que dá lucro. Temos tomates orgânicos na Fronteira, e vimos como pode ser aproveitado esse nicho de mercado. Assim começamos a mapear oportunidades!

Meu colega na área de comunicação, Rodrigo Evaldt fez um trabalho minucioso, parabenizo ele e o Grupo A Plateia

Outro investimento bem simples é a Casa da Erva Mate, um local muito bonito, mas que oferece a visualização do processo de fabricação da erva mate, primeiro se vê a planta, depois três maneiras de processá-la conforme a evolução tecnológica. Há também, como em todo o circuito, uma loja onde eles é possível adquirir desde sorvete de erva mate, até apetrechos para o chimarrão. A guia local comentava que a ideia do roteiro é destacar a cultura do colono italiano, mas que eles aproveitaram para destacar coisas do RS como no caso deste local e de outro: a Casa da Ovelha. Empreendimento muito complexo e o mais caro dentre os que visitamos. A loja deles é impactante: grande número de funcionários, eu contei 6, imaginem em pleno domingo só dentro da loja, as lembrancinhas são caríssimas, a mais em conta 25 reais! Lá eles oferecem tudo que pode ser produzido com leite ovelha, degustamos o queijo. Há ainda o parque da Ovelha, um lugar em que se paga 50 reais para conviver com os bichos, amamentar os filhotes, acompanhar a lida. Parece que Livramento tem o maior rebanho ovino do Brasil... mais oportunidades!

Uma honra fazer parte deste grupo incrível

Visitamos duas vinícolas bem diferentes: a gigante Salton e a Cantina Strapazzon. A Strapazzon tem o apelo de ter sido locação do filme O Quatrilho. Foi o lugar que mais gostei do Caminho de Pedras. Uma das proprietárias é quem conta a história de lutas e prosperidade da família, o lugar é lindo, a loja do local oferece as lembrancinhas pelo melhor preço, vendem pão caseiro, mumu e claro, vinho. Degustamos algumas variedades produzidas no local dentro da casa de 137 anos, construída pelo casal que deu origem ao empreendimento que renasceu com o roteiro. Importante explicar que esse roteiro foi identificado por um empresário há 25 anos e que foi um esforço privado fazer com que ele se tornasse realidade. Todo um processo que passou por descrença, foi visto como loucura, até ser o sucesso que é hoje. Temos que assumir nossa responsabilidade e agir. Hoje Livramento conta com duas agências receptivas a Corticeiras Tour, das queridas Vera e Viviane e a Agência Fronteiras, que traz um enfoque binacional ao turismo local. Isso é literalmente um crescimento de 200% no setor, volta aquela palavra.. "oportunidades" porque há espaço para mais investimento na área de turismo receptivo.


Grupo na Salton, com Mainardi e Avelar no almoço, público expressivo na exposição e com a Juliana Saravia, representando muito bem o Hotel Jandaia
A Salton é magnânima, é um Palácio de Versalhes do vinho serrano, outro universo, um passeio que vale muito, completo, interessante. O lugar é enorme, cada sala mais bonita que a anterior, um deslumbre para os sentidos, história, coerência, unidade de propósitos, uma empresa forte focada na solução. Um exemplo e um objetivo, já que é melhor olhar para o alto e buscar da melhor maneira chegar naquele nível, mesmo que demore, mesmo que não seja na nossa geração. Toda essa aprendizagem nos revelou o papel de semeadores, de guardiões da lavoura, mas só através do trabalho contínuo chegaremos a grandes colheitas. A Salton, inclusive, tem sede na Ferradura dos vinhedos e brilha forte em minha mente aquela palavra que entusiasma, exatamente: oportunidades.


Vestindo Glamour nesse lugar de sonho: jardins da Salton
Na Salton também houve degustação de vinhos finos e espumantes, na Strapazzon de vinhos, graspa e licor. Devo confessar que o vinho branco de 10 reais da Almadén me seduz mais que o de R$70 da Salton, que o Licor da 636 é insuperável, que eu prefiro o espumante da Santa Colina, o Tannat da Cerro do Chapéu, e que a Cordilheira de Santana, se fizer algum investimento extra no jardim, faz a qualquer vinícola serrana "temblar". Pronto falei. Muita autoestima? Claro! Depois de ver nossa Fronteira unindo políticos de diferentes partidos em prol da Ferradura dos Vinhedos, o Frederico Antunes comentou que o projeto, que o Mainardi propôs e que vai alavancar as ações na Ferradura, é um dos poucos que une os deputados. A exposição de fotos, com imagens feitas pelo meu room mate Miguel Martinez, no hall do Teatro Dante Barone, a sinergia que toda essa movimentação trouxe. E isso é só o começo. Agora cada um precisa decidir, se vai fazer história ou assistir a história acontecer. Porque ela vai acontecer.

Abraços desta gestora, relações públicas da Fronteira onde ande,
Fernanda


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