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sábado, 9 de agosto de 2014

O que as redes sociais fizeram na sua vida

Antes se perguntava a alguém quantas vezes essa pessoa entrava na internet. Hoje, seria mais adequado questionar quantas vezes a pessoa sai da internet. Estamos conectados 24/7, 24 horas, 7 dias por semana. Quando o Steve Jobs inventou o smartphone, com seus aplicativos e conectividade revolucionou de forma irreversível a maneira do ser humano se ver, se mostrar, perceber o mundo e as pessoas que os cercam e este número de pessoas "próximas" cresceu de forma descontrolada. As redes sociais apenas fazem parte deste pacote, mas não são as causas.

Usuário do ICQ, você lembra do seu?

Quando o Orkut popularizou-se as gerações Y e Z já haviam experimentado o Mirc e o ICQ ambos substituídos pelo MSN Messenger, essa foi a geração que conviveu com a internet discada, utilizada em finais de semana e feriados, após a meia-noite, sim, dia e hora para usar por um tempo bastante limitado. Hoje isso parece inadmissível, mas nem faz tanto tempo assim que essa era a nossa realidade.

Remédio pra insônia: tentar conectar com a internet discada... ainda lembro do barulinho característico!


A graça do Orkut era a forma de ingresso na rede: cooptação. Se você tivesse um amigo (maior de idade), que tivesse Orkut, então conseguiria acessar o conteúdo do site. Na minha opinião quando o Orkut aboliu essa regra decretou o início de seu fim, sem a necessidade de um convite que conferia certo grau de irmandade aos usuários e com contas fake proliferando, outras redes sociais começaram a ganhar destaque. Mas só no Orkut você tinha fãs, era 100% sexy e recebia declarações de amor públicas através dos depoimentos. Nessa época atualizar o Orkut uma vez por mês era ótimo, hoje as meninas já postam foto da produção antes mesmo de ir a festa.

O Orkut que já foi mania, está ameaçado de extinção e é frequentado apenas por pessoas que querem ficar um pouco sozinhas, no mundo virtual..

Na verdade essa conectividade parece não conhecer limites: fotos da lua de mel em tempo real, fotos de cada prato, de cada ida a academia, de cada novo amor a cada nova semana... sem contar que depois do Instagram um sem fim de internautas se consideram fotógrafos, especialistas em “selfie”. Selfie é este negócio que pessoas sempre fizeram: tirar fotos de si mesmas, o que geralmente é encarado como prova de egocentrismo, portanto não digam: selfie da borboleta, selfie da nuvem... por favor!
Se há algumas décadas a MTV era a responsável por jovens dos Estados Unidos e Inglaterra se vestirem do mesmo modo, hoje é a internet que faz com que garotas de Nova York e meninas do interior do Brasil sonhem em ter o mesmo modelo de telefone e sejam apaixonadas pelo mesmo cantor. A ditadura imposta por modismos contrasta com a democracia nos desejos. Ninguém se contenta com a satisfação das necessidades consideradas básicas ou talvez a pirâmide de Maslow esteja absolutamente desatualizada.

Atualizando!

Tudo isso é fruto da globalização onde o regional sucumbe ao “universal”. Só me preocupo que talvez as pessoas estejam considerando mais importante postar do que viver, aparentar do que ser, ironizar do que se divertir, perseguir ao invés de admirar. E nessa ânsia feroz por ser notado vejo homens sucumbirem ao ridículo, mulheres se expondo e crianças maculando sua inocência através de insinuações em frases e fotos.
A aprovação dos outros é desnecessária e nem sempre verdadeira, ou você já não observou que pessoas que elogiaram grandemente uma foto sua, disseram algo bem parecido de alguma publicação que você considerou ridícula?
Desejo que quando você se lembrar de momentos felizes lembre-se de beijos e não de likes, de abraços sem photoshop e sem filtro e não de comentários, de olhares exclusivos e íntimos e não de notificações.
Talvez seja preciso se desconectar da rede para se reconectar à vida.



Abraços internáuticos,

Fernanda

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