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segunda-feira, 13 de maio de 2013

Há vida após o TCC???


Fazer uma pesquisa científica é algo quase sobrenatural: como numa experiência de mediunidade, incorporamos o espírito da metologia científica e a partir daí nada do que é produzido nos pertence. Tudo é escrito na 3ª pessoa, porque é a ciência que fala através de nós, que age, somos apenas um instrumento para a manifestação científica.


É o seu corpo que sofre, que engorda ou emagrece, são seus olhos que choram, que se mantem abertos, vigilantes pelas madrugadas de leitura, enquanto os demais vivem, saem dançam, namoram, você pesquisa. Ou melhor: você enquanto marionete desta Entidade, reproduz as palavras do ventríloquo Ciência.



Você tem suas crenças, seus limites, seus pudores, mas a Ciência não os possui, e ignora todos os seus medos, ultrapassa todas as fronteiras, e depois de muito dedicar-se para um trabalho acadêmico, não raro, você experimentará a sensação de não se reconhecer no texto, que a Ciência te usou para escrever.

Você não gostaria de falar algo... e precisa dizer. Toda sua paixão está numa frase... que você precisa cortar. O parágrafo está tão claro quanto o dia, mas alguém quer mais clareza, você precisa utilizar um monte de normas técnicas e referenciar cada ideia apresentada no texto e te exigem maior fluidez.. um momento! Será que estão querendo que você coloque um pouco de água na tinta de impressora??


Um Tcc, uma dissertação ou uma tese, é o momento mediúnico do pesquisador, a qualidade de um artigo científico depende muito da capacidade do autor em ser “esponja” e absorver o máximo da Ciência e anular-se ao máximo também. A Ciência tem sua ética, mas esta pode divergir muito da moral do pesquisador, ela exige o máximo do seu corpo, de sua mente mas principalmente da sua alma.
E diante do exposto questiona-se: há vida depois do Tcc?



Cientificamente, Fernanda Araújo
Aprovada pela Banca com média 9,75



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