Tenho
visto campanhas publicitárias, louváveis, sobre a importância da postura de
cada um em relação à corrupção. Falando de quem paga propina, de quem “molha a
mão”, advertindo quanto à responsabilidade do corruptor e de quem se deixa
corromper. No Facebook se tornam cada vez mais numerosas publicações dizendo
que se, entre os amigos virtuais, só há boas pessoas, honestas, preocupadas com
o meio-ambiente e que amam os animais, como o país está desse jeito?
É
verdade, algo não se encaixa... Se olharmos para a doença (que assola a
política brasileira) em sua faz terminal: cpi, Zé Dirceu, Cachoeira, mensalão,
não nos resta muito senão bradar sobre a escassez de vergonha no Planalto
Central. E isso nos distrai da causa dessa doença que se encontra bem perto de
nós, nas bases partidárias! Acontece deste modo:
um
malandro, metido a esperto, vê na política uma fonte de recursos para si, então
se cerca de capachos incapacitados que não vão lhe recriminar, nem se
sobressair. Se por acaso alguém aparece com um nobre ideal, o malandro acha que
é atuação e propõe para o idealista, num esquema, uma confortável colocação. O
idealista, geralmente tem apenas duas opções, ou se alia ao patife ou
enfrentará dentro de seu partido, uma forte oposição.
O
malandro tem seu plano, e comprando votos e prometendo o que jamais pensou em
cumprir se elege vereador, enquanto o idealista é vetado da nominata, ou taxado
de pouco simpático para ser legislador. Com seus votos o malandro atrai atenção
e um patife deputado lhe propõe uma aliança de proteção. O deputado tem
dinheiro, tem contatos, tem poder e o malandro sabe que ficando por perto tem
muito o que aprender.
E o
idealista, meus amigos, conquista admiração de uns poucos que acreditam que
honestidade tem valor e aprende a ser ligeiro tendo em seu encalço o malandro
como perseguidor. E o que fazer quando o perseguidor finge ser o perseguido? O
malandro, na cara dura, acusa o idealista de ressentido. Diz que para suas
denúncias ninguém deve dar ouvidos.
Um
dia, aquele vereador, que foi teu vizinho, aquele cara simpático que distribuía
dentaduras durante a campanha eleitoral se torna um... malandro federal! E no
congresso, ao lado do Collor na comissão de ética estará rindo da nossa cara,
julgando um “nobre colega”...
Enquanto
não observarmos as disputas partidárias municipais, enquanto os partidos não
renovarem sua base, olharemos perplexos uma doença sem cura, mas que pode ser
evitada: canalhice política não se
cura, se evita, então pense bem em quem você vai votar, porque talvez,
tenha sido o malandro da nossa história quem tenha indicado os candidatos...
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