A preparação de um concurseiro é digna de um atleta de
elite: horas de treino diário, dedicação, concentração, sacrifícios. Muitas
vezes não basta fugir das alternativas erradas – é preciso escolher a mais
correta! Vamos dar um exemplo: a pergunta é, “naturais de qual país são os ‘brasileiros’?”
a) Brasil b) México; c) Chile; d) República Federativa do Brasil; e)N.d.A
Quem se deu satisfeito com a primeira resposta não ganhará
um ponto e em muitos concursos, em que uma resposta errada anula uma certa,
perderão outro ponto. Fora as questões dúbias as quais se tornam alvos de
contendas judiciais, onde a anulação de uma questão mexe com todo ranking
classificatório. Quantas armadilhas!!..
Aliás, armadilhas não faltam, como as mostradas numa reportagem especial do programa dominical ‘Fantástico’,
da Rede Globo de Televisão. Vagas para se tornar servidor público estatutário
são vendidas a preço de canalhice, com descontos para falta de vergonha na
cara. Direcionar concursos pode ser ainda mais fácil do que o mostrado: limitar
o tempo de inscrição a horários muito restritos é uma forma eficaz de controlar
quem poderá fazer. É claro, que com tramoias mais sofisticadas, é possível
direcionar as vagas, com a vantagem de arrecadar um bom volume de dinheiro com
as inscrições pagas, por quem se preparou com afinco para aproveitar a
oportunidade.
Em março conheci o famoso ex-ministro Bresser Pereira, lenda
viva da gestão pública, e o questionei na UFSM, sobre como conseguir espaço
dentro de um sistema público viciado, corrupto, que não demonstra interesse em
adquirir mão de obra qualificada, já que quanto maior for a qualificação, maior
a dificuldade em ludibriar, corromper e intimidar um funcionário. Bresser disse
que as coisas não são assim, que tal situação não existe, e que com toda minha
impetuosa juventude eu teria um caminho fácil e exitoso pela frente...
“Querido Bresser, o senhor se enganou, não é fácil conseguir
um espaço. Não basta estar preparado, não basta todo vigor da juventude. Mas
não quero e não vou depender de um “padrinho político” calhorda, não vou
prostituir meu ideal, e se não houver um caminho... eu abro um!!!”
Att, Universitária da Unipampa
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